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DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA - 7˚ ANO A - PROF. VIVIAN

Pedro Mazza

Atualizado: 27 de mar. de 2020

Pé de guerra

Zezinho gostaria que os soldados de brinquedo tivessem vida. Lutassem. Gostaria, sim. Até que um dia, no quintal, depois de cavar pequenas trincheiras, conforme vira no cinema do bairro, arrumou-os em posição de combate. Os canhões ficaram atrás.

A imaginação trabalhou, violenta. As tropas inimigas, frente ao seu pequeno exército, foram vencidas de forma violenta em pouco tempo. Mas a sua vitória lhe trouxe imensa tristeza. Como consertar os inimigos quebrados? Zezinho sentiu que podia destruir: mas estava muito triste. Nem sequer comeu, naquele dia, o jantar que sua mãe preparara.

-Só um pouquinho.

– Não quero.

– Por que, menino?

– Mãe…eu matei gente, hoje. Uma porção de soldados.

– Quê?

– Soldados sem perna. Sem cabeça. Sem braço. Foi horrível. Tenho vontade de chorar.

– Que bobagem é essa?

– Mãe…você compra aquela ambulância na venda do Onofre? A que tem a cruz vermelha?

– Para quê?

– Para tratar deles. Vou fazer muletas de pau-de-fósforos.

Zezinho teve febre. Chamaram o doutor. Ninguém entendia. Mas a guerra continuava na febre do menino.

– Avançar! Primeiro canhão, fogo! Continuava a loucura bélica. (…) O médico falou:

– Não entendo. Ele comeu alguma coisa na rua?

– Não doutor. Brincou o dia todo no quintal. Foi examinado dos pés a cabeça. Nada.

– Vou receitar calmante. Ele está muito agitado. Não entendo, mesmo.

No dia seguinte, Zezinho resolveu enterrar seus mortos. Generais e soldados. Lado a lado. Maneco pulou a cerca e perguntou o que era aquilo.

– Nada.

– E esse negócio aí, com a bandeirinha?

– Nada, vá embora! Já disse.

Maneco foi. Ele arrumou alguns sobreviventes inimigos. Estava com raiva. Sem tristeza. Arrumou seu exército. Poucos existiam do outro lado. Mas eram inimigos.

(…) A devastação foi geral. Conferiu: nada mais restava. Olha, depois, suas tropas. Perdera a noção das coisas: destruiu seu próprio exército. Nada mais restava dos brinquedos. Marchou sozinho pelo quadrado de terra, limitado pelas cercas de bambus. Com a corneta, presente do tio Anselmo, tentou atirar alguns sons. Corneta rouca de plástico. Apanhou pedras e foi atirando. Quebrou vidraças. Só então, lembrou-se que os pais brigavam dia e noite. Discutiam. Certa vez, o pai bateu na mãe. Tentou socorrê-la, mas foi atirado contra a parede esburacada. Sangrou.

Brigavam muito. Principalmente quando o pai chegava bêbado.

Os soldadinhos eram comprados com as economias da mãe: costurava para fora.

Chegou em casa e apanhou a caixa de sapatos, vazia. Desenterrou os sepultados mutilados. No tanque, lavou-os com amor: pernas, braços, cabeças.

Ressuscitava-os na sua imaginação. Arrumou-os na caixa e jogou fora os armamentos. Lamentava aquela guerra inútil, tentando consertar os estragos. Naquele instante, sentiu-se feliz: havia paz.

(Pé de guerra. QUINTANILHA, Dirceu.)


Questões

1. Pesquise o significado das palavras: agressivo e calmo.

2. Você acha que a guerra é uma forma de violência. Que outros tipos de violência você conhece ou presenciou? Comente.

3. Que resposta você daria para Zezinho, se ele perguntasse: _ A guerra é boa?

4. Será que ganhamos algo quando ficamos nervosos ou sempre que ficamos nesse estado as coisas se complicam? Comente.

5. Às vezes é difícil evitar uma atitude nervosa. No entanto, quando nos depararmos com esse sentimento qual é o melhor caminho, como devemos proceder?

6. Comente a frase: “ Olhou, depois, suas tropas, perdera a noção das coisas: destruiu seu próprio exército.”

7. Você concorda que sempre que ficamos nervosos perdemos a noção das coisas? Comente.

8. O que os seres humanos podem fazer para viver em paz e não serem agressivos?

9. Para cada palavra com valor negativo abaixo encontre outra com valor positivo:

Tristeza

Maldade

Ódio

Guerra

Falsidade

Nervoso

Solitário

Arrogante

10. Após análise do texto “Pé de Guerra”, observe atentamente as imagens abaixo, produza um poema em promoção da paz. Ao término leia para a turma. Bom trabalho!




ATENÇÂO

PARA A PRODUÇÃO DO POEMA, SIGA AS ORIENTAÇÕES DADAS EM SALA DE AULA REFERENTE A PRODUÇÃO, SEI QUE NÃO DEU TEMPO PARA EU EXPLICAR TODO O CONTEÚDO, QUALQUER DÚVIDA PODE ENVIAR E-MAIL QUE AJUDAREI VOCÊS NA PRODUÇÃO

ORIENTAÇÕES DE COMO ENTREGAR AS ATIVIDADES FEITAS


Após terem feito as atividades, enviá-las por e-mail para que sejam corrigidas, quaisquer dúvidas que tiverem e caso não consigam sanar também podem ser enviadas por e-mail.

Desenvolvam as atividades com tranquilidade e o mais breve possível estaremos juntos novamente.


Ah! Não esqueçam fiquem em casa e lave bem as mãos. Deus abençoes vocês


vivianpazini@yahoo.com.br

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